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Mosquito transgênico da dengue: O que é? Quais os mitos?

Com o aumento alarmante de casos de dengue no Brasil, medidas tradicionais de prevenção, como o uso de repelentes e eliminação de focos de água parada, continuam sendo recomendadas. No entanto, uma abordagem inovadora tem ganhado destaque no cenário de combate à doença: o uso de mosquitos transgênicos e o método Wolbachia.

O professor Rodrigo Gurgel Gonçalves, do Núcleo de Medicina Tropical da Universidade de Brasília (UnB), explica que os mosquitos transgênicos são machos geneticamente modificados em laboratório, liberados para fertilizar as fêmeas presentes no ambiente. 

Esses machos transmitem material genético letal para os descendentes, controlando a população do Aedes aegypti. 

No entanto, há discussões sobre os riscos, incluindo a possibilidade de liberar fêmeas na natureza e os desafios práticos e financeiros de sua produção em larga escala.

Biotecnologia como solução

A empresa de biotecnologia Oxitec desenvolveu uma alternativa chamada “Aedes do Bem”, onde ovos contendo mosquitos geneticamente modificados são liberados para se reproduzirem na natureza. 

A iniciativa foi testada em Indaiatuba (SP) de 2014 a 2018 e é atualmente adotada em municípios como Congonhas (MG), Patos de Minas (MG), Manaus (AM), Segredo (RS) e Suzano (SP).

Embora inovadora, a técnica dos mosquitos transgênicos não é vista como estratégia viável a longo prazo pelo professor Rodrigo. 

Por outro lado, a Oxitec argumenta que a linhagem OX5034, comercializada em formato de ovos, facilita a produção, aumenta a eficiência operacional e reduz custos.

Método Wolbachia

Outra abordagem em destaque é o método Wolbachia, que utiliza mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia. 

Essa bactéria impede que o vírus da dengue se desenvolva nos mosquitos, contribuindo para a redução das doenças transmitidas por eles. Diferentemente dos mosquitos transgênicos, o método Wolbachia não envolve modificação genética.

O professor Rodrigo destaca que o método Wolbachia é considerado autossustentável, já que, ao longo do tempo, a população de mosquitos com a bactéria tende a aumentar naturalmente. Esse método é conduzido no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

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