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Com dívida de R$ 4,1 bi, Casas Bahia entra com pedido de recuperação extrajudicial

A rede de varejo Casas Bahia anunciou, na noite do último domingo, que entrou com pedido de recuperação extrajudicial, envolvendo uma dívida de R$4,1 bilhões. A empresa informou que conta com o apoio de seus principais credores, como Bradesco e Banco do Brasil, para implementar o plano de reestruturação.

A dívida mencionada no pedido refere-se a várias emissões de debêntures e a certos Certificados de Crédito Bancário (CCBs) emitidos para instituições financeiras. Segundo comunicado da empresa, o plano de recuperação extrajudicial não afetará as dívidas operacionais com fornecedores e parceiros, nem terá impacto sobre trabalhadores ou clientes.

O presidente-executivo da Casas Bahia, Renato Franklin, destacou que o plano deve ser homologado em até 40 dias, graças ao apoio dos credores que detêm cerca de 55% da dívida envolvida no processo. A proposta inclui um alongamento do prazo de amortização, com carência de 24 meses para pagamento de juros e 30 meses para pagamento do principal. O plano também permite que credores apoiadores possam converter parte da dívida em participação na empresa.

A expectativa é que o plano de recuperação proporcione um “reperfilamento” da dívida, o que permitirá à companhia preservar cerca de R$ 4,3 bilhões em caixa nos próximos quatro anos. Com a reestruturação, o prazo médio da dívida será estendido de 22 para 72 meses, com uma redução de 1,5 ponto percentual no custo médio, resultando em uma economia estimada de R$ 400 milhões no período.

Antes do acordo, a Casas Bahia teria que pagar R$1,24 bilhão em amortizações e R$ 313 milhões em juros ainda este ano. Agora, a empresa retomará os pagamentos a partir de 2026, mas terá uma carga financeira mais pesada em 2030, quando precisará cumprir amortizações de R$2,58 bilhões e juros de R$1,9 bilhão.

O pedido de recuperação extrajudicial coloca a Casas Bahia ao lado de outras empresas do setor varejista que precisaram renegociar dívidas após o escândalo contábil da Americanas, em janeiro do ano passado, que abalou a confiança no setor.

O plano de transformação da Casas Bahia continuará focando em eletrodomésticos, celulares e móveis, ao mesmo tempo que planeja a abertura de novas lojas físicas e o desenvolvimento de novos produtos financeiros para clientes e fornecedores. A expectativa é que o fluxo de caixa adicional permita à empresa antecipar parte de suas ações de reestruturação e se beneficiar do ciclo macroeconômico mais positivo.

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