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Apenas 7 estados receberão arroz do Governo Federal

O governo federal anunciou a importação de 1 milhão de toneladas de arroz para venda direta em supermercados e redes de atacado, em resposta às inundações no Rio Grande do Sul. Com um investimento de R$7,2 bilhões, a medida visa conter o aumento dos preços e garantir o abastecimento em regiões com altos índices de insegurança alimentar.

A operação será coordenada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), responsável pela distribuição do arroz importado, que será embalado com a logomarca do governo. O volume importado representa cerca de 10% do consumo anual de arroz no Brasil, estimado em 10,5 milhões de toneladas.

O arroz será vendido em mercados de vizinhança, supermercados, hipermercados e atacarejos nas regiões metropolitanas de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Pará e Bahia. O preço será de R$8 por pacote de dois quilos. Esses estados foram escolhidos com base em indicadores de insegurança nutricional e alimentar.

A medida foi justificada pela crise no Rio Grande do Sul, maior produtor de arroz do Brasil, que responde por 70% do abastecimento nacional. As inundações na região resultaram em um aumento dos preços ao longo da cadeia produtiva.

A decisão do governo, no entanto, foi alvo de críticas. José Carlos Hausknecht, sócio da MB Agro, afirmou que o problema é logístico, não de falta de produto, e que a intervenção pode ser prejudicial. Ivan Wedekin, ex-secretário de Política Agrícola, alertou para o impacto inflacionário e a especulação no mercado.

Associações de produtores do Rio Grande do Sul, como a Federarroz e a Sindiarroz, solicitaram ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o cancelamento da iniciativa e a revisão da isenção da tarifa de importação, propondo uma cota menor até outubro. O deputado federal Pedro Lupion, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, também criticou a decisão, afirmando que o Brasil possui estoques suficientes para atender à demanda sem necessidade de importação.

A medida, que visa mitigar os efeitos das inundações e estabilizar os preços, ainda enfrenta resistência e questionamentos sobre sua eficácia e impacto na produção nacional.

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