Uma descoberta recente revelou que uma espécie de planta terrestre pode não apenas sobreviver, mas também prosperar em condições similares às de Marte. Pesquisadores chineses identificaram que o musgo Syntrichia caninervis, conhecido por sua resistência a extremos como seca, radiação intensa e temperaturas abaixo de zero, possui potencial para colonizar o Planeta Vermelho.
Publicado na revista científica The Innovation, o estudo marcou um avanço ao demonstrar que o musgo do deserto pode se regenerar após longos períodos de desidratação e exposição a temperaturas extremas, características críticas para a sobrevivência em ambientes marcianos simulados. Este é o primeiro trabalho a investigar a capacidade de uma planta completa resistir diretamente nas condições severas de Marte, sem depender de estruturas protetoras como estufas.
A importância desse achado vai além da curiosidade científica. Stuart McDaniel, especialista em musgos da Universidade da Flórida, destaca que o cultivo de plantas no espaço é essencial para missões prolongadas, pois fornecem oxigênio e nutrientes vitais para humanos. Apesar de não ser comestível, o musgo do deserto poderia desempenhar funções cruciais em futuras explorações espaciais, como enriquecer o solo marciano para o crescimento de outras plantas.
Embora promissor, o estudo reconhece limitações, como a necessidade de mais pesquisas para determinar a adaptação completa do musgo a condições marcianas reais, incluindo o impacto da radiação espacial. No entanto, a descoberta abre novas possibilidades para a exploração e eventual colonização de Marte, inspirando avanços futuros na agricultura extraterrestre.