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Quantas eleições Lula perdeu até conseguir virar presidente?

Luiz Inácio Lula da Silva, popularmente conhecido como Lula, é uma das figuras políticas mais icônicas do Brasil. 

Sua trajetória é marcada por um longo e árduo caminho até a presidência da República, repleto de derrotas e persistência. 

Lula perdeu três eleições presidenciais antes de finalmente conquistar a presidência em 2002. A seguir, vamos explorar esse percurso, examinando todas suas eleições.

A Primeira Candidatura: Eleições de 1989

A primeira tentativa de Lula de se tornar presidente do Brasil ocorreu nas eleições de 1989, as primeiras eleições diretas para presidente desde 1960, após o fim do regime militar. 

Esse foi um momento crucial na história política do país, marcado pela redemocratização e a esperança de um novo começo para o Brasil.

Lula, então líder sindical e um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), apresentou-se como o candidato da mudança. 

Sua campanha foi centrada em propostas progressistas, defendendo os direitos dos trabalhadores, a redução das desigualdades sociais e a melhoria das condições de vida da população mais pobre.

A eleição de 1989 foi caracterizada por um grande número de candidatos, mas os principais adversários de Lula foram Fernando Collor de Mello, do Partido da Reconstrução Nacional (PRN), e Leonel Brizola, do Partido Democrático Trabalhista (PDT). 

No primeiro turno, Lula obteve 17,18% dos votos válidos, ficando em segundo lugar atrás de Collor, que alcançou 30,47%.

No segundo turno, a disputa entre Lula e Collor foi acirrada e marcada por uma campanha agressiva, cheia de ataques pessoais e desinformação. Collor foi declarado vencedor com 53,03% dos votos contra 46,97% de Lula. 

A derrota foi um golpe duro para Lula, mas também serviu como uma importante lição sobre a necessidade de construir uma base política mais ampla e de se comunicar de forma mais eficaz com o eleitorado.

A Segunda Tentativa: Eleições de 1994

A segunda tentativa de Lula de alcançar a presidência ocorreu em 1994. Neste momento, o Brasil estava passando por uma grave crise econômica, com uma inflação galopante que minava o poder de compra da população. 

O Plano Real, implementado pelo governo de Itamar Franco e seu ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso (FHC), foi um divisor de águas ao estabilizar a economia e controlar a inflação.

Lula novamente foi o candidato do PT e sua campanha focou-se na necessidade de mudanças sociais profundas e na redistribuição de renda. 

No entanto, o Plano Real deu um grande impulso à candidatura de FHC, que se apresentou como o candidato da estabilidade econômica.

As eleições de 1994 foram vencidas por FHC no primeiro turno, com 54,3% dos votos válidos, enquanto Lula obteve 27%. Essa derrota, embora significativa, reforçou a importância de um programa econômico convincente para ganhar a confiança do eleitorado.

Lula e o PT perceberam que precisavam alinhar suas propostas sociais a uma política econômica viável e sustentável para conquistar o apoio da maioria dos brasileiros.

A Terceira Tentativa: Eleições de 1998

Lula voltou a concorrer à presidência em 1998, em um contexto político e econômico bastante desafiador. 

O governo de FHC, apesar de ter conseguido estabilizar a economia inicialmente, enfrentava críticas devido ao aumento do desemprego e às dificuldades econômicas decorrentes de crises internacionais, como a crise asiática de 1997 e a crise russa de 1998.

Mais uma vez, Lula foi o candidato do PT, promovendo uma plataforma de justiça social e desenvolvimento econômico sustentável. 

No entanto, FHC conseguiu se reeleger no primeiro turno com 53,06% dos votos, enquanto Lula ficou com 31,71%. Esta terceira derrota evidenciou a necessidade de uma mudança estratégica na abordagem do PT para alcançar a presidência.

A Vitória de 2002: A Quarta Candidatura

Após três derrotas consecutivas, Lula e o PT realizaram uma série de mudanças estratégicas significativas. 

A campanha de 2002 foi marcada por um tom mais moderado e conciliador. Lula buscou construir alianças políticas mais amplas e adotou um discurso mais centrado na estabilidade econômica e na inclusão social.

Um dos marcos dessa campanha foi a “Carta ao Povo Brasileiro”, em que Lula se comprometeu a manter a estabilidade econômica, respeitar contratos e atrair investimentos. Essa carta foi fundamental para tranquilizar os mercados financeiros e a classe média, que temia mudanças radicais na política econômica.

Além disso, a imagem pessoal de Lula foi suavizada. Ele apareceu de barba feita e terno, buscando transmitir uma imagem de estadista preparado para governar. 

A escolha de José Alencar, um empresário e político conservador, como vice-presidente, foi uma jogada estratégica para ampliar o leque de apoio político e atrair setores empresariais e conservadores.

Essas mudanças foram decisivas. Nas eleições de 2002, Lula venceu no primeiro turno com 46,44% dos votos válidos e, no segundo turno, derrotou José Serra, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), com 61,27% dos votos. Essa vitória marcou o início de uma nova era na política brasileira, com Lula assumindo a presidência em 1º de janeiro de 2003.

Candidatura presidencial em 2018

Em 2018, Lula oficializou sua candidatura à presidência pelo PT, mas foi impedido pela Justiça Eleitoral devido à sua condenação pelo crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 

Inicialmente, Lula liderava as pesquisas com 33% das intenções de voto, mais que o dobro do segundo colocado, Jair Bolsonaro

Mesmo preso, ele articulou alianças políticas, incluindo uma com o PC do B e o PSB, isolando Ciro Gomes, outro candidato da esquerda. Em agosto, o PT oficializou sua candidatura, com Fernando Haddad como vice-presidente. 

Apesar de uma recomendação do comitê de Direitos Humanos da ONU para que Lula pudesse concorrer, o Tribunal Superior Eleitoral indeferiu sua candidatura em setembro. 

O PT então substituiu Lula por Haddad, com Manuela d’Ávila como vice. Bolsonaro venceu o pleito com 55,13% dos votos válidos contra 44,87% de Haddad.

Campanha presidencial de 2022

Livre da prisão em 2019 e com os direitos políticos restaurados, Lula lançou sua campanha para a presidência em 2022, visando derrotar Jair Bolsonaro, cujo governo estava desgastado por sua gestão durante a pandemia de COVID-19 e outras políticas controversas. 

Lula formou uma coligação com nove partidos, incluindo o PSB, que indicou Geraldo Alckmin, ex-adversário político de Lula, como vice-presidente. 

A campanha de Lula focou em questões sociais e ambientais, criticando o uso da máquina pública por Bolsonaro para fins eleitorais. Lula recebeu apoio de figuras políticas importantes, como Fernando Henrique Cardoso e Simone Tebet. 

No primeiro turno, Lula obteve 48,43% dos votos contra 43,20% de Bolsonaro. No segundo turno, Lula venceu com 50,9% dos votos, tornando-se o primeiro candidato a derrotar um presidente incumbente. 

Em seu discurso de vitória, Lula destacou que a vitória era de todos os que amam a democracia e desejam um país mais justo e igualitário, criticando o governo derrotado como fascista.

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