Uma nova proposta do governo brasileiro promete devolver parte dos impostos pagos em serviços essenciais, como energia elétrica, para famílias de baixa renda. Essa medida é parte da reforma tributária, que visa aliviar a carga tributária dos mais vulneráveis e reduzir a desigualdade no país.
O sistema de cashback, como é chamado, deve beneficiar cerca de 73 milhões de pessoas que estão cadastradas no CadÚnico e têm uma renda de até meio salário mínimo por pessoa. A proposta prevê a devolução de metade dos impostos federais e 20% dos impostos estaduais e municipais relacionados a energia elétrica, água e esgoto.
Além disso, o governo propõe isentar uma nova cesta básica nacional de 15 itens essenciais, como arroz, leite, manteiga, feijões, raízes e tubérculos. Hoje, esses produtos têm uma média de 8% de impostos. A reforma também sugere impostos zerados para outros alimentos, como ovos e frutas, e descontos de até 60% para produtos como carnes e peixes, reduzindo a alíquota para aproximadamente 10,6%.
Com a implementação do sistema de cashback, famílias de baixa renda poderão receber parte do imposto de volta ao comprar itens como o botijão de gás. Segundo estimativas, se um botijão custar R$ 100, essas famílias podem receber cerca de R$ 26,50 de volta.
Entidades como a Associação Brasileira de Supermercados defendem uma desoneração ainda maior, mas o Ministério da Fazenda alerta que isso poderia aumentar a alíquota padrão dos impostos para cerca de 26,5%. Rodrigo Orair, diretor do programa, explica que desonerar mais produtos poderia levar a um “choque” que afetaria a estabilidade do sistema tributário.
O Congresso ainda discutirá os detalhes do sistema de cashback e a forma como as famílias receberão a devolução dos impostos, se em uma conta digital ou como desconto em contas de água e luz. As propostas precisarão ser aprovadas e entrar totalmente em vigor. A ideia é que o sistema seja mais justo e beneficie diretamente quem mais precisa.