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Cidades do Rio Grande do Sul podem mudar de lugar após tragédia

A mais devastadora calamidade climática na história do Rio Grande do Sul causou estragos significativos em quase todos os municípios gaúchos. Chuvas torrenciais, deslizamentos de terra e inundações foram testemunhados. A situação atingiu tal grau de gravidade que algumas cidades já anunciaram a impossibilidade de reconstruir completamente o que foi destruído. Há até mesmo discussões sobre a realocação de toda uma cidade para evitar a repetição desses eventos.

O ecologista Marcelo Dutra da Silva, PhD em ciências e professor de Ecologia na Universidade Federal do Rio Grande (Furg), sugere a possível necessidade de realocar cidades inteiras após as inundações que assolaram o Rio Grande do Sul desde o início de maio. Ele destaca a urgência de os municípios gaúchos desenvolverem resiliência durante eventos climáticos como esse. Já em 2022, ele havia alertado sobre a falta de preparo diante das mudanças climáticas.

“Não podemos evitar a ocorrência dos eventos climáticos, nem os que estão por vir, porque eles inevitavelmente acontecerão. Mas podemos nos tornar mais resilientes a eles? Podemos. Talvez, se tivéssemos realocado as pessoas das áreas de maior risco. É possível identificar onde o evento se agrava primeiro”, afirma em entrevista ao Metrópole. Segundo ele, com um planejamento adequado, seria viável retirar os moradores das áreas mais vulneráveis.

Uma das abordagens em consideração é afastar a cidade das margens dos rios próximos. O município de Barra do Rio Azul, localizado no norte do estado do Rio Grande do Sul, está avaliando a possibilidade de realocar o comércio e as residências para longe dos rios Paloma e Azul. Com uma população de 1,9 mil habitantes, a cidade enfrentou sua segunda inundação em apenas seis meses.

O prefeito Marcelo Arruda revela que um estudo está em andamento em colaboração com o curso de Engenharia Civil da Universidade Regional Integrada (URI) de Erechim para avaliar a viabilidade da realocação. O destino proposto é uma área designada para o distrito industrial da cidade, situada a 600 metros de distância do centro urbano atual. Não há um prazo definido para a conclusão do estudo.

“Embora não tenhamos perdido vidas, reconhecemos a necessidade de abordar esse problema agora, pois não podemos esperar por uma terceira inundação. Na última vez, pensamos que tínhamos presenciado a pior inundação da história, mas essa foi ainda mais devastadora. Adquirimos uma área para o distrito industrial e pretendemos apresentar este estudo à comunidade, buscar linhas de crédito junto aos governos estadual e federal e viabilizar essa solução. Precisamos pensar a longo prazo”, comenta o prefeito de Barra do Rio Azul, Marcelo Arruda, ao GZH.

A mudança proposta implicaria em elevar a altitude de Barra do Rio Azul em 30 metros em relação ao nível do mar. Atualmente, a cidade está a 430 metros de altitude, o que aumentaria para 460 metros. Essa distância adicional reduziria significativamente o risco de as residências, que atualmente estão a cerca de 15 metros dos rios, serem afetadas por enchentes.

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