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Amigos bilionários confirmam melhor notícia possível para tirar a Americanas do buraco

Os acionistas da Americanas, empresa em recuperação judicial desde a descoberta de um rombo bilionário no início de 2023, aprovaram hoje em assembleia extraordinária o aumento de capital da companhia. O valor mínimo desse aporte é de R$ 12,2 bilhões, podendo chegar ao máximo de R$ 40,7 bilhões. Esta é uma notícia esperada e positiva para a empresa, que luta para sair da crise financeira em que se encontra.

Em fevereiro, o plano de recuperação judicial da Americanas foi homologado pela 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Pelo acordo firmado com os credores, os sócios da 3G Capital — Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira — comprometeram-se a aportar R$ 12 bilhões na empresa. Com essa injeção de capital, os acionistas esperam estabilizar as operações da varejista e restaurar sua confiança no mercado.

Além do aporte inicial dos bilionários da 3G Capital, os credores, em sua maioria bancos, aceitaram converter suas dívidas em ações, totalizando outros R$ 12 bilhões. Isso garante um aumento de capital de pelo menos R$ 24 bilhões, já que a operação pode envolver até R$ 40,7 bilhões, dependendo da adesão dos acionistas. Cada ação será emitida a R$ 1,30, totalizando até 31,3 bilhões de novas ações.

Sócios da 3G podem ficar com quase 50%

Na assembleia, que contou com a participação de acionistas que somam 31,83% do capital social da Americanas, foi aprovada também a emissão de bônus de subscrição no valor de até R$ 10,4 bilhões. Esse instrumento financeiro poderá ser convertido em ações futuramente, permitindo uma maior flexibilização no processo de recuperação. Os acionistas de referência da 3G Capital, que atualmente detêm cerca de 30% das ações, poderão elevar sua participação para quase 50% após a conclusão do aumento de capital.

O plano de recuperação judicial também prevê uma emissão de debêntures no valor de R$ 1,87 bilhão, que será a dívida remanescente do processo de reestruturação. Parte dos R$ 12 bilhões aportados pelos sócios de referência já foi utilizada para fortalecer o caixa da empresa e pagar credores. O restante será usado em um leilão reverso e outras opções de pagamento, conforme previsto no plano de recuperação.

Empresa terá novo conselho

A Americanas prepara uma reformulação no seu Conselho de Administração, que passará a ser composto por no mínimo três e no máximo dez membros, com mandatos de dois anos, permitindo a reeleição. A eleição dos membros se dará pelo sistema de chapas, podendo qualquer acionista ou grupo de acionistas propor uma chapa alternativa à indicada pelo Conselho de Administração.

No final do ano passado, a empresa revelou que o rombo financeiro alcançou R$ 25,2 bilhões, resultado de um complexo esquema de fraude envolvendo a fabricação de contratos fictícios de verba de propaganda cooperada. Esse esquema artificialmente majorava os resultados da empresa, lançando valores como redutores da conta de fornecedores.

O aumento de capital aprovado hoje é uma das principais medidas do plano de recuperação judicial da Americanas, essencial para readequar a estrutura de capital e contribuir para a equalização do passivo do grupo. A aprovação do plano pelos acionistas é um passo significativo para a estabilização e retomada da empresa, marcando o início de uma nova fase na sua história.

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