No extremo do globo, onde os recordes de frio desafiam a compreensão humana, a Antártica se destaca como o epicentro das temperaturas mais baixas já medidas. Em 2010, cientistas descobriram que uma crista isolada no leste do continente gelado atingiu uma marca impressionante: -93 °C. Este novo recorde superou em frieza os -89,2 °C registrados anteriormente em 1983 na base russa de Vostok, também na Antártica.
O que torna a Antártica propícia para esses extremos climáticos? Sua localização no Polo Sul significa que durante o inverno, o continente experimenta longos períodos de escuridão devido à inclinação do eixo terrestre. Isso reduz drasticamente a quantidade de radiação solar recebida, levando a temperaturas que desafiam os limites do que é suportável para a vida humana.
Além da falta de luz solar, o alto albedo da Antártica é crucial. Suas vastas extensões de gelo refletem entre 80% e 90% da energia solar incidente, absorvendo pouco calor e mantendo as temperaturas extremamente baixas. Durante o inverno, a expansão do gelo marinho ao redor do continente intensifica esse efeito, aumentando ainda mais a reflexão da luz solar.
Embora a Antártica domine os recordes de frio, outras regiões do planeta também viram temperaturas incrivelmente baixas. No Polo Sul Amundsen-Scott, próximo ao Polo Sul, foi registrada uma mínima de -82,8 °C. No Alasca, o distrito de Denali chegou a -73 °C na década de 1950, enquanto na Groenlândia, a estação Klinck registrou -69,6 °C em 1991.
No Brasil, conhecido por seu clima tropical, o recorde de frio é significativamente mais ameno: -11,6 °C, registrado em Xanxerê, Santa Catarina, em 1945.